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sexta-feira, 9 de julho de 2010

kobudo em okinawa

A HISTÓRIA DO KOBUDô DE OKINAWA

A História do Kobudo de Okinawa é muito difícil de se contar, porque quase todos os documentos sobre esta Arte Marcial foram destruídos nos combates, bombardeios e incêndios que aconteceram durante a segunda guerra mundial.

Entretanto, no século XII, apareceram senhores regionais chamados Aji, com suas forças emergidas de seus castelos fortificados chamados Gusuku. Logo estas forças foram divididas em três pequenos reinos, mantiveram guerras contínuas e internas de 1326 até 1429. Esta foi a melhor época para o desenvolvimento das Artes Marciais, perfeitas técnicas de combate. Em 1429, Sho Hashi uniu à ilha de Okinawa e formou o Reino do Ryukyu. Durante os séculos XIV e XVI, um período conhecido como a"Idade Dourada do Comércio", o Reino florescia como um centro de comércio com a China e outras nações. Entretanto, este comércio foi constantemente ameaçado por piratas, então os marinheiros de Okinawa necessitados em proteger-se em terras estrangeiras desenvolveram técnicas de autodefesa.

Cerca 1580, Toyotomi Hideyoshi declarou mais vez uma lei que se proibiu a posse de armas, a fim de restaurar a paz e prosperidade no Reino do Ryukyu pobre. Isto ajudou prevenir a perda desnecessária de vidas dentre as pessoas e conter as guerras civis. Esta lei deixou mais uma vez os okinawanos sem defesas contra os Samurais japoneses, estes os únicos a ter permissão portar armas.

Em 1609, o Clã Satsuma atacou e varreu as defesas de Okinawa. Os nativos utilizavam apenas punhais, ineficazes contra o grande arsenal samuraico e navios de guerra. Os únicos instrumentos que os fazendeiros e pescadores tinham eram as ferramentas simples de trabalho.

As Artes Marciais únicas de Okinawa, o Karatê-Do (To-De) e o Kobudo (Ti-Gua) nasceram nesta época. Por longos anos, as técnicas de Artes Marciais Orientais foram incorporadas ao Okinawa Karatê-Do e Kobudo para estabelecer o que conhecemos hoje. Os métodos chineses de luta (Kempo ou Chuan-Fa) foram uma combinação de técnicas com mãos vazias e com armas, como exemplo o San-ku-chu, antecessor do Sai. As técnicas de bastão já eram utilizadas por okinawanos para proteção contra agressores. Algumas novas armas foram feitas usando como ferramentas os utensílios dos agricultores, por exemplo, o Nunchaku, a Tonfa e o Kamá que foi a única ferramenta com lâmina de metal utilizada naquela época.

Estilos distintos e variados emergiram durante a Era do Reino Ryukyu: o Shuri-Te (Shorin-Ryu) foi centralizado em Shuri, capital do Reino Ryukyu, Naha-Te (Shorei-Ryu e Goju-Ryu) no centro comercial de Naha, e Tomari-Te (Motobu-Ryu e Matsubayashi-Ryu) no distrito portuário de Tomari localizado entre Shuri e Naha. Cada estilo teve seus mestres, os quais, estabeleceram às tradições preservadas até os nossos dias.

As técnicas de Karatê-Do e Kobudo foram, por suas naturezas guardadas em segredo. Assim, há poucos registros históricos, sendo que foram praticamente passadas oralmente de pai para filho ou de mestre para discípulo. Desde a invasão pelos Satsuma, Okinawa foi controlada por um governo fraco sob rédia do Shogunato, até a restauração Meiji, na metade do século 19 onde, seguiu-se a dissolução do reino, e em 1879 acontece à anexação de Okinawa a nação japonesa como uma prefeitura (Estado), novas instituições de Karatê-Do e Kobudo foram incorporadas ao sistema Meiji de educação pública.

Lá seguindo um movimento de modernização educacional foram feitas apresentações dessas Artes Marciais ao público geral: durante a Era Taisho (cerca 1910-1926), demonstrações foram feitas por todo o Japão continental, e nos anos da Era Showa as escolas ou estilos – Ryu foram criados, como exemplo:

Shorin-Ryu, Shorei-Ryu, Goju-Ryu, Uechi-Ryu, Isshin-Ryu, Ryuei-Ryu e Matsubayashi-Ryu. Hoje existem muitas sub-escolas (ryuha) e facções (kaiha). Cada uma contando vantagem por possuir Kata distinto, mas, sempre derivado dos movimentos básicos (Kihon-Kata) comuns para todas escolas como uma sistematização de técnicas de ataque e defesa.

Treinamento rigoroso por anos de Karatê-Do e Kobudo cultiva um grande vigor espiritual e físico. Assim essas artes tradicionais contribuem para construir um caráter forte, um sentido de responsabilidade social e o desenvolvimento saudável de corpos e mentes, ofertam estas disciplinas marciais e agora esportivas, o Okinawa Karatê-Do e Kobudo hoje dão inspiração para pessoas por todo o mundo.

O Kobudo Moderno foi introduzido por Shinko Matayoshi (1888 - 1947), este de uma família rica da região de Naha. Seu treinamento do Kobu-Jutsu começou na adolescência e incluía Bo-Jutsu, Kamá-Jutsu, Eku-Jutsu, Tonfa-Jutsu e Nunchaku-Jutsu. Na idade de 22 anos, ele se aventurou na Manchúria pelo norte do Japão. Lá ele uniu-se um bando de bandidos e aprendeu várias outras artes de armas, incluindo o arco e flecha (Yabusame), fazendo de seu método único entre outros estilos de Okinawa de Kobu-Jutsu. Mais Tarde, voltou a Okinawa, trazendo de Fuchou e Xangai (China), mais artes de armas além de acupuntura, ervas medicinais e uma outra forma de Boxe Shaolin (Shoreiji-Kempo). Shinko Matayoshi, junto com Gichin Funakoshi (precursor do Karatê-Do japonês – Shotokan), foram os primeiros a demonstrar o Okinawa Kobudo no Japão continental em 1915.

Em 1921, com a visita do Imperador Hirohito em Okinawa, Matayoshi mostra o seu Kobudo em uma demonstração de Karatê-Do Goju-Ryu do Mestre Chojun Miyagi. Shimpo Matayoshi (1922- 1997), Hanshi 10º Dan, filho de Shinko, começa seu treinamento de Artes Marciais em idade de oito anos sob a tutela de Chotoku Kyan (Shorin-Ryu).

Em 1934, começou a treinar Karatê-Do e Kobudo sob a tutela do pai. Em 1935, passa a estudar com o Mestre Gokenki, chinês radicado em Okinawa, aprendendo o Katá Hakutsuru (Forma da Garça Branca) que a seu pai tinha sido ensinado. Depois da morte do pai, ele continuou o legado, assumido as responsabilidades e técnicas ensinadas.

Em 1970, ele forma a Federação de Kobudo de Okinawa (Zen Okinawa Kobudo Renmei) e até sua morte em 1997, foi o conselheiro técnico para todos estilos do Okinawa Kobudo.

Ele foi também o único karateca a aprender o Kata Hakutsuru diretamente de um mestre Chinês autêntico.

Em suas viagens demonstrando seu estilo único de Kobudô, ele foi constantemente solicitado a demonstrar o Hakutsuru, o qual, ele nunca ensinou abertamente para qualquer um. Seu conhecimento sobre a Forma da Garça Branca foi incomparável.



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